quinta-feira, 4 de novembro de 2010

QUERIDOS ALUNOS DO CURSO MILITAR _TEMAS PARA REDAÇÃO!

LEIA ESTE TEXTO ABAIXO PARA FAZER POSSÍVEIS REFLEXÕES SOBRE O TEMA:
Crescimento Econômico versus Preservação Ambiental
O século 21 chegou e muitos desafios esperam a humanidade neste novo século. Precisa-se, por exemplo, resolver o que fazer com o problema da pobreza, com os grandes desafios na busca de controle de epidemias, prevenção a catástrofes naturais, entre tantos outros desafios. Os indivíduos que têm hoje quarenta anos ou mais de idade, aguardaram com ansiedade esses tempos por vislumbrarem, muito deles, tempos de maior riqueza e bem estar social, expectativa gerada a partir do claro, inequívoco e exponencial crescimento da produção mundial. Esta expectativa de alguma maneira tem sido confirmada. Segundo o Banco Mundial, a produção de bens e serviços tem dobrado em ciclos de cerca de dez anos – e esses ciclos têm sido cada vez menores, o que significa uma maior oferta desses bens e serviços às pessoas, inclusive sua universalização ao acesso, fruto do seu conseqüente barateamento.

Se por um lado se tem o que comemorar, por outro, tem-se com que se preocupar. Um dos maiores desafios que está diante de nós para este século, é o de manejar de maneira sustentável o dilema econômico-ambiental: encontrar o ponto de equilíbrio em se ter uma sociedade que produza e distribua, eqüitativamente, os bens e serviços necessários a uma vida moderna confortável e abundante, em concomitância ao uso racional e renovável dos recursos ambientais. O problema é que a base da produção econômica repousa na transformação dos Recursos Naturais em bens e, para isso, faz-se necessário o uso em economia de escala desses recursos. Para atender a demandas sempre crescentes dessa sociedade de consumo, o sistema produtivo tem lançado mão porções cada vez maiores desses recursos, fazendo ambientalistas e pesquisadores alertarem sobre a necessidade de seu uso.

Alguns dados a este respeito chegam a ser assustadores, e se fará menção a alguns desses: segundo o Worldwatch Institute (http://www.worldwatch.org/) as emissões mundiais de carbono da queima de combustíveis fósseis era cerca de 0,5 Bilhões de toneladas no ano de 1900, cem anos depois, chegou-se ao patamar de 6,2 bilhões de tonelada, e esse resultado somente não é maior por causa das conseqüências das crises mundiais do petróleo que marcaram as últimas três décadas, encarecendo esta commodity e forçando a busca de combustíveis alternativos que, geralmente, são menos poluentes. Sabe-se ainda, que os níveis atmosféricos de CO2 vêm aumentando a cada ano, desde que as medições anuais foram iniciadas em 1959, tornando esta uma das mais previsíveis tendências ambientais. Sabe-se que à medida que os níveis atmosféricos de CO2 aumentam, a temperatura da Terra também se eleva, exatamente o que está ocorrendo. Os 14 anos mais quentes, desde que se iniciaram os registros, ocorreram a partir de 1980. Nas últimas três décadas, a temperatura média global aumentou de 14º C, entre 1969 e 1971, para 14,5º C, entre 1998 e 2000.

A pesquisadora Lisa Mastny, especialista em desenvolvimento sustentável e ecologia social pela Yale University, apresenta em sua obra “Melting of Earth’s Ice Cover Reaches New High” que o gelo marinho ártico encolheu 6% desde 1978, perdendo 14% da espessura do gelo perene e afinou 40% em menos de 30 anos; nas montanhas do Cáucaso, na Rússia, o volume glacial caiu 50% no último século, e aqui na América do Sul, na geleira de Quelccaya nos Andes Peruano, a taxa de recuo da neve aumentou 30 metros por ano na década de 90, e que provavelmente desaparecerá até o ano de 2020.

O nosso país, claro, não está imune a tais problemas. Notícias de desmatamento e queima na Amazônia, a quase extinção da mata atlântica, e os demais resultados da ação antrópica nos demais biomas brasileiros, mostram com muita clareza o resultado da exploração econômica de maneira predatória aos recursos naturais.

Parece equivocada, também, a concepção de se pensar nos recursos ambientais como intocáveis e inacessíveis à sociedade. Nunca foi assim, e nunca poderá ser assim. O homem, como membro da cadeia alimentar, sempre dependeu dos recursos florestais e naturais: nossa sobrevivência neste planeta está condicionada a este acesso, e não se permite que se veja tais recursos como outrora: inextinguíveis e inexoravelmente renováveis.

A solução para tal dilema, ou pelo menos sua minimização, parece perpassar por pelo menos três políticas fundamentais: a educação ambiental, o fortalecimento institucional e o investimento em pesquisa e tecnologia. A primeira, não se trata apenas de uma disciplina escolar obrigatória para os jovens estudantes, mas um esforço mundial de conscientização da importância dos ativos ambientais para a humanidade. Precisa-se não somente ouvir da importância que têm os rios, as matas ciliares, as florestas, e o equilíbrio ecológico como um todo, mas internalizar tal importância: entender que somos parte do meio ambiente e quando o degradamos, fazemos um exercício lento e gradual de suicídio social.

Por outro lado, enquanto essa consciência universal não chega, e certamente nunca existirá em plenitude, é mister o fortalecimento das instituições de defesa e proteção do meio ambiente. Tais instituições deverão desempenhar um papel ainda maior seja recrudescendo a fiscalização e o combate aos crimes ambientais, ou viabilizando um ambiente propício para a atividade econômica limpa e preservacionista. A exemplo de outras experiências vividas, as instituições podem contribuir para a criação de um cenário favorável à preservação ambiental. Por outro lado, não se concebe que os órgãos fiscalizadores trabalhem sem as mínimas condições de recursos materiais e humanos na tarefa de proteção o meio ambiente.

Por fim, este esforço perpassa também, por pesquisas de novas tecnologias economicamente viáveis para a produção mais limpa e a conseqüente adoção dessas novas tecnologias. A teoria econômica nos ensina que existem duas maneiras efetivas de se expandir a fronteira de possibilidade de produção, a saber: incremento no uso dos fatores de produção e o avanço tecnológico. A primeira, tem uma conseqüência clara e imediata nos recursos ambientais. Incremento nos insumos significaria, em primeira análise, maior atividade exploratória e maior susceptibilidade de degradação ambiental. A outra alternativa, sugere não somente a descoberta de novas tecnologias, mas também e, principalmente, a sua viabilidade econômica para substituição da primeira. O que se vê com bastante incidência é ao descobrimento de novas alternativas de produção limpa que poupam os recursos ambientais, mas que não passam pelo crivo da economicidade da produção. E aí o resultado é o óbvio: opta-se pela produção convencional.

O fato é que se se continuar a fazer o uso inadequado e inconseqüente dos recursos ambientais, como já se sabe, a vida, ao menos como se conhece hoje, está ameaçada. Cabe a esta e as futuras gerações envidar esforços no sentido de encontrar soluções que contemplem a questão da compatibilidade da produção capitalista com a preservação ao meio ambiente. A implementação de políticas de educação ambiental, fortalecimento institucional e investimento em Pesquisa e Tecnologia, parecem fundamentais numa sociedade que não deseja abrir mão dos confortos da sociedade de consumo, mas que deseja preservar o habitat em que vive.

Obs.: O autor deste paper aceita e agradece críticas e sugestões pelo correio eletrônico honorato@sectma.pe.gov.br

A partir da leitura do texto dado, escreva uma redação dissertativa argumentativa de no máximo 30 linhas,linguagem formal em prosa e coloque o título de sua redação sobre o tema proposto:
DIMINUIR O CRESCIMENTO ECONÔMICO OU PRESERVAR O PLANETA ?
ATÉ BREVE COM OUTRO TEMA...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um pouco de Florbela...

Eu
Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

domingo, 26 de setembro de 2010

Apenas uma reflexão...

A CULTURA INDÍGENA E A ESCOLA .
A escola é uma instituição relativamente recente para os povos indígenas. Teve início com os missionários jesuítas, na segunda metade do século XVI, As primeiras escolas para indígenas – e não de indígenas –, eram basicamente direcionadas na catequese, ou seja, tinham um objetivo específico “ensinar tudo o que é certo” na visão do colonizador e assim automaticamente mostrar-lhes que “tudo em seu modo de vida era errado” e ignoraram as formas educativas, costumes e tradições já estabelecidas anteriormente pelos indígenas que conheciam, no entanto, formas próprias de reprodução de saberes desenvolvido por meio da tradição oral e da passagem de conhecimento em um elo entre os mais velhos “anciões” e os mais novos. Sendo assim, o processo educativo indígena como instituição nasceu de uma forma de domínio e controle social derrubando tradições, costumes e valores. Assim como afirma Paulo Freire quando se refere à idéia de educação que impossibilita a autonomia:
“Executaram uma política destinada a desarticular a identidade das etnias, discriminando suas línguas e culturas, que foram desconsideradas no processo educativo”
Durante todo o processo colonizador, o discurso da educação indígena baseava-se no intuito de “ensinar” os “selvagens”, os povos indígenas foram submetidos a um choque cultural, produzido por um paralelo entre as práticas e concepções pedagógicas diferenciadas. De um lado, os princípios de uma sociedade indígena, cuja educação não dependia da escola, da escrita e de castigos físicos. De outro, as normas e regras de uma sociedade letrada, dependente da escola e da palmatória que entendia que desse modo corrigia os erros e assim educava. Esse fato ocorreu em diversas partes do país e trouxe conseqüências trágicas para as sociedades indígenas e consequentemente para seus valores culturais.
Os processos de aprendizagem que eram adotados pelos povos indígenas que aqui viviam foram desmerecidos e deixados de lado pelo colonizador, que ignorou as concepções pedagógicas indígenas, não querendo admitir a idéia de que os povos indígenas tivessem a capacidade de construir, ao longo de sua história, um discurso sobre suas próprias práticas educativas, logo compreendemos a concepção de que o espaço escolar e o saber dos “brancos” não fazem parte do seu mundo, pois esse mundo foi deixado de fora. O espaço escolar não se constitui da sociedade indígena, mas “para” os indígenas, é nesse mesmo espaço de “aprendizagem” que os indígenas tiveram de “desaprender” sua língua e seus costumes em detrimento a toda uma cultura formulada com valores completamente distante da realidade deles. A base da cultura indígena é na verdade uma sociedade sem escola, pois não havia situações sociais exclusivamente pedagógicas, a transmissão de saberes era feita no intercâmbio cotidiano, por contatos pessoais e diretos. A aprendizagem se dava em todo momento e em qualquer lugar. Na divisão do trabalho, não havia um especialista – o docente que estava separado do cotidiano do grupo. A aprendizagem se dava sem que isso fosse anunciado e era sempre possível aprender algo em qualquer tipo de relação social, isso fazia de qualquer indivíduo um agente da educação tribal, mantendo vivo o princípio de que “todos educam todos”. Por esse motivo, a própria realidade da escola como instituição é uma quebra dos seus costumes e tradições.

A PALAVRA...

Palavra Mágica
Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.

Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Discurso da Primavera'

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

29ª Bienal de São Paulo :25 setembro - 12 dezembro 2010

A 29ª Bienal de São Paulo está ancorada na ideia de que é impossível separar a arte da política. Essa impossibilidade se expressa no fato de que a arte, por meios que lhes são próprios, é capaz de interromper as coordenadas sensoriais com que entendemos e habitamos o mundo, inserindo nele temas e atitudes que ali não cabiam e tornando-o, assim, diferente e mais largo.

A eleição desse princípio organizador do projeto curatorial se justifica por duas principais razões. Em primeiro lugar, por viver-se em um mundo de conflitos diversos, onde paradigmas de sociabilidade são o tempo inteiro questionados, e no qual a arte se afirma como meio privilegiado de apreensão e simultânea reinvenção da realidade. Em segundo lugar, por ter sido tão extenso esse movimento de aproximação entre arte e política nas duas últimas décadas, se faz necessário, novamente, destacar a singularidade da primeira em relação à segunda, por vezes confundidas ao ponto da indistinção.

É nesse sentido que o título dado à exposição, “Há sempre um copo de mar para um homem navegar" – verso do poeta Jorge de Lima tomado emprestado de sua obra maior, Invenção de Orfeu (1952) –, sintetiza o que se busca com a próxima edição da Bienal de São Paulo: afirmar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma, e não no que está fora ou além dela. É nesse “copo de mar” – ou nesse infinito próximo que os artistas teimam em produzir – que, de fato, está a potência de seguir adiante, a despeito de tudo o mais; a potência de seguir adiante, como diz o poeta, “mesmo sem naus e sem rumos / mesmo sem vagas e areias”.

Por ser um espaço de reverberação desse compromisso em muitas de suas formas, a mostra vai pôr seus visitantes em contato com maneiras de pensar e habitar o mundo para além dos consensos que o organizam e que o tornam ainda lugar pequeno, onde nem tudo ou todos cabem. Vai pôr seus visitantes em contato com a política da arte.

A 29ª Bienal de São Paulo pretende ser, assim, simultaneamente, uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida; momento de desconcerto dos sentidos e, ao mesmo tempo, de geração de conhecimento que não se encontra em nenhuma outra parte. Pretende, por tudo isso, envolver o público na experiência sensível que a trama das obras expostas promove, e também na capacidade destas de refletir criticamente o mundo em que estão inscritas. Enfim, oferecer exemplos de como a arte tece, entranhada nela mesma, uma política.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Uma pausa em homenagem a Saramago_ O mago das palavaras e das ideias...

Do livro o Ensaio sobre a Cegueira “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome. Isso é o que somos”. Do que necessitamos é procurar e dar um nome a essa coisa: talvez lhe possamos chamar, simplesmente, “humanidade”.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A palavra é o meu domínio sobre o mundo.
"Clarice lispector"

O que são as metas de qualidade do IDEB ?

O Ideb foi criado pelo Inep em 2007, que a partir de uma escala de zero a dez , apresenta dois conceitos importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, evasão escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.
A série histórica de resultados do Ideb se inicia em 2005, a partir de onde foram estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas não apenas pelo País, mas também por escolas, municípios e unidades da Federação. A lógica é a de que cada instância evolua de forma a contribuir, em conjunto, para que o Brasil atinja o patamar educacional da média dos países da OCDE. Em termos numéricos, isso significa progredir da média nacional 3,8, registrada em 2005 na primeira fase do ensino fundamental, para um Ideb igual a 6,0 em 2022, ano do bicentenário da Independência.
Ter metas é importante para todos, sempre que queremos atingir um objetivo traçamos metas em nossas vidas. E a educação? Como atingir objetivos claros sem traçar metas que todos possam se comprometer? Você consegue imaginar a educação em todo Brasil antes dos famosos e criticados índices indicadores de desenvolvimento? Imagine cada escola em cada cantinho do Brasil... Aplicava-se o que cada uma achava importante e necessário... Sem um respaldo ou qualquer indicação. Hoje temos objetivos em comum!Parâmetros curriculares, gestão democrática e metas a cumprir... Sei que este tema é polêmico e que muitos não concordam com meu ponto de vista... Mas este espaço é apenas uma pausa para trocar idéias... E respeito as suas...

O que é IDEB?

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Inep em 2007 e na Legislação Educacional representa uma lei reguladora, pois tem como objetivo medir a qualidade do ensino no Brasil , e avaliar medidas aplicadas desde 2001 na lei de diretrizes e base da educação brasileira como por exemplo o ensino por habilidades e competências, os parâmetros curriculares nacionais que unificaram o ensino evitando assim as disparidades educacionais que existiam entre estados, é claro que ainda há muito o que ser feito,mas já é um passo importante em direção a melhoria do ensino, uma iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Você consegue imaginar como o ministério da educação poderia avaliar o que está sendo dado em sala? Ou como fazer com que todas as escolas efetivamente se comprometessem não apenas com a nota do seu aluno nas avaliações conferidas pelo poder público , mas com sua média e principalmente obrigassem as escolas a de forma prevista em lei com a preocupação efetiva da evasão escolar ?Como?O IDEB agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do Inep a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas e medir de forma palpável e sistemática , não apenas o enfoque imediatista do resultado do Ensino público no Brasil mas uma visão de um “processo que se constrói” que está em constante andamento. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb – para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil – para os municípios. Sabemos que ainda há escolas que não entenderam que estes indicadores não são de maneira nenhuma meios de sistematização do processo “vigiar e punir” patrocinado pelo governo, e tão pouco um conjunto de numérico que indica “piores” e “melhores” da educação, mas uma ferramenta que garante e exige “de alguma maneira” a qualidade do ensino público como direito de todos.
Também, reconheço que há muito o que fazer, principalmente em relação a forma como este índice é trabalhado na escola, ou seja, “as brechas” que foram deixadas para que o famoso “jeitinho brasileiro” seja usado...transformação das médias dos alunos que são magicamente aumentadas ( o professor na ativa sabe o quanto é difícil sustentar uma nota baixa em que o aluno não é capaz), o uso indiscriminado de “professores eventuais em redes onde isso é possível , ou professores contratados sem capacidade, ou ainda professores “arquivo público nacional”, ou seja, professores que já viraram patrimônio da escola e que seu cargo não depende de nenhum índice e que insiste em dizer que “bom era no seu tempo” onde todos sabiam tudo e não havia indisciplina...e presos num passado distante se recusam a fazer algo a mais pela educação, avessos a qualquer mudança e contra a qualquer forma de avaliação de seu trabalho como profissional atrapalhando o andamento da escola como um todo. O IDEB, a lei de diretrizes e base da educação ou qualquer medida tomada em direção ao desenvolvimento do nosso país deveria ser abraçado por todos como uma causa “nossa”: professores, gestores, alunos, pais, familiares e comunidade.; ou melhor, todos nós brasileiros!

domingo, 11 de abril de 2010

ANÁLISE LITERÁRIA : Assis, Machado. Dom Casmurro

1 – ANÁLISE LITERÁRIA : Assis, Machado. Dom Casmurro
• O primeiro ponto que podemos observar é que há uma relação do triângulo amoroso : Bentinho- Capitu – Escobar , que reflete a quebra dos valores românticos ; assim como observamos em Madame Bovary(outra obra realista) e Primo Basílio de Eça de Queirós.
• Aponta a questão da insegurança masculina diante do mistério feminino e o poder da força atrativa da mulher- Análise textual e literária com comentários sobre a obra e a trama narrativa.
• A questão da ambigüidade de características dessa “Capitu”-mulher. APRESENTA A RELAÇÃO DE DESCRIÇÃO NARRATIVA (DESCRIÇÃO DA PERSONAGEM) COMO FIO CONDUTOR DA TRAMA.
• Nos dois textos há uma marcação de um “homem” e seu ponto de vista em relação à “mulher - Capitu”- Apresenta o PAPEL DO NARRADOR / FOCO -NARRATIVO

2- Devemos no primeiro momento descobrir o que é a “ressaca” do qual o autor fala e encontrar as pistas deixadas ao longo da narrativa:
• “...Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico”= mistério do mar que traga, nos puxa, no fascina e nos arrasta!!
Capitu tinha "olhos de ressaca", porque os olhos de Capitu eram como aquela onda cava e profunda que ameaça avançar e tudo tragar, inclusive o narrador da história, o próprio Bentinho.

Esses "olhos de ressaca", colocados no início da narrativa, caracterizam a personagem e depois desaparecem. Até que no fim, quando o drama já se desenvolveu e há um suposto adultério entre Capitu e Escobar, o melhor amigo de Bento, Escobar morre. Morre onde? No mar. Quando? Durante uma ressaca.

E Machado de Assis retoma o que tinha anunciado no começo do romance, dizendo que, na hora em que o caixão de Escobar se fechou, Bentinho viu Capitu chorando, e os olhos de Capitu eram como a ressaca do mar que tinha tragado Escobar, o nadador da manhã. A mesma ressaca que ameaçou tragar Bentinho no início do livro.


Trata-se de uma metáfora que, em última análise, amarra todo o livro, todo o drama das personagens
• “... uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me...”

3 – “olhos de cigana oblíqua e dissimulada...”=
Obliquo= obliquar - v. intr.
1. Dirigir-se obliquamente.
2. Fig. Proceder com malícia; não agir com rectidão!.
v. intr.
3. Pôr oblíquo; entortar.
DISSIMULAR= FINGIR
CIGANA =MISTERIOSA, CARREGA SEGREDOS...
4 – Olhos de cigana... = fala diretamente de características negativas a respeito de Capitu
“olhos de ressaca” = aponta diretamente do poder de sedução, atração que arrasta e que pode ser perigoso...
5 - Poder de sedução “sereia”através do site , de fotografia, desejo..provoca atenção, olhares..
6- É importante deixar claro a relação que se estabelece entre “O FATO EM SÍ” E A “VISÃO DO NARRADOR A RESPEITO DO FATO” – É APENAS O DEPOIMENTO DE UMA DAS PARTES, É A VISÃO DE BENTINHO...
7- Há uma correlação pois há uma intertextualidade, contudo o texto de J da Rocha acrescenta (também sua visão a respeita daquela que não tem voz) um toque de atualidade.
8- Caráter universal, pois apresenta sentimentos , emoções( que mesmo que se refira especificamente naquela história) refere-se a características universais ..
9 – OTELO = DESDÊMONA – OTELO – IAGO (TRIÂNGULO DE INTERESSES) = O CIÚME
10 – SIM, ESSA É A ESSENCIA DO FEMININO ...PARA O HOMEM...


FATOS HISTÓRICOS:
• REVOLUÇÃO INDUSTRIAL : industria = proletariado
• DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO: EVOLUCIONISMO DE DARWIN, POSITIVISMO, DETERMINISMO,SOCIALISMO
• APRESENTAR AS DIFERENÇÃS DAS MANIFESTAÇÕES: REALISMO, NATURALISMO E PARNASIANISMO.
• O Brasil vivia um momento diferenciado= decadência da elite real, sociedade escravocrata burguesa de cafeicutures ainda preparando-se para industrialização

CARACTERÍSTICAS:
• A QUEBRA DO AMOR ROMANTICO
• A NEGAÇÃO AO ROMANTISMO
• APEGO AO OBJETIVISMO
• VALORIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO E DA RAZÃO
• CONTRADIÇÃO DOS VALORES ROMÂNTICOS
• ANTICLERICALISMO
• CRÍTICA A OS COSTUMES SOCIEDADE HIPÓCRITA.
• ANTIMONÁRQUICOS

A Linguagem e Comunicação humana.

Na abertura de sua obra política, Aristóteles afirma que somente o ser humano é um “animal político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de LINGUAGEM. Os outros animais (como observa Aristóteles) possuem voz (phone) e, com ela, exprimem dor e prazer, mas o ser humano possui a PALAVRA (logos) e , com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto.Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política e , dela, somente os homens são capazes.
Podemos, então, concluir a partir da idéia de Aristóteles, que uma das diferenças marcantes entre o ser humano e os outros animais é a faculdade da linguagem.
A linguagem é uma faculdade muito antiga da espécie humana, acredita-se que um dos fatores principais da conquista do Homo sapiens a Oceania e a América tenha sido o desenvolvimento linguagem, pois ampliou a comunicação entre os membros do grupo. O que denota para os cientistas que a partir do desenvolvimento da linguagem o homem constitui uma vida social mais complexa e passa a dominar o fogo, as técnicas de fabricação de instrumentos; o aparecimento das primeiras pinturas no interior das cavernas, sinal da existência de uma linguagem simbólica e relações mais complexas sociais.
Deste modo, podemos definir a linguagem:
• Linguagem é a propriedade do ser humano de representar o pensamento por meio de sinais codificados com intuito de comunicar-se com o outro ser humano.
• Um sistema de signos capaz de representar, por meio de alguma substancia significante (som,cor,imagem,gesto,olhar e etc...) significados básicos que sejam possíveis interpretar.

Compreendemos então, que toda forma de troca através da linguagem consiste em comunicação.
E que a comunicação é inerente ao homem.
E que toda mensagem possui uma intenção e e a partir desta intenção que podemos retirar pistas para a interpretação e análise da mensagem; seja em um texto verbal ou não-verbal.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O ROMÂNTICO IDEAL DE LIBERDADE E IGUALDADE

A partir da leitura da obra de Delacroix, A liberdade guiando o povo 1830, podemos perceber que os ecos da revolução francesa que tanto inspiraram os poetas árcades se reafirmam e ganham forma no romantismo dando suporte ao ideal romântico patriótico. A emoção, os ideais, a luta, a revolução, o heroísmo patriótico expresso nas imagens como uma característica romântica. Os corpos amontoados aos pés de uma “mulher”, a idealização da liberdade, uma simbologia do sensual (com seios de fora) daquilo que desejamos e que está acima da própria morte, “aquilo que vale à pena morrer”, o vermelho da luta e do sangue de muitos. Apresenta-nos também outra característica romântica a busca do histórico de reafirmação da pátria, pois revela o movimento de transformação do cenário europeu que custou a vida de muitos cidadãos parisienses.
Essa força de sentimentos expressa no quadro de Delacroix ,também se apresenta na arte literária romântica no Brasil, na primeira geração romântica conhecida como geração nacionalista, principalmente no que diz respeito às questões de sentimento patriótico de resgate a uma cultura nacional da busca do passado histórico e do amor à terra natal(inspirados pela proclamação da república ). Com exemplo podemos citar a poesia de Gonçalves Dias – Canção do exílio “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá; as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá...” ou até uma busca de símbolos verdadeiramente brasileiros como a figura idealizada do índio nos romances indianistas de José de Alencar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

conversa sobre bons livros e o que eles nos ensinam... Como fazer um relatório de leitura!

Apenas um exemplo de relatório de leitura

Título da Obra: Português ou Brasileiro – Um convite à pesquisa.
Autor: Marcos Bagno
Editora: Parábola
Ano: 2004/5ª edição


O livro começa com uma indagação importante que coloca em cheque as relações entre linguagem e discriminação social – “Ensinar português ou estudar brasileiro?” Um questionamento lançado a todo educador brasileiro diante desse difícil papel que é enfrentar os preconceitos e as formas instituídas do Ensino da língua materna no Brasil. Para isto, aponta as características das duas possibilidades que o autor apresenta. Se você deseja ensinar português, então transmitirá de maneira consciente ou inconsciente uma ideologia da incompetência que esmaga a auto-estima dos cidadãos e estimula a idéia de que somos errados, não sabemos fala, nem pensar e consecutivamente “somos burros”. Desta maneira seu objetivo será provar que a língua correta e boa é a Língua Portuguesa falada em Portugal – A língua de “Camões”!E reforçará mitos que se perpetuam á séculos. Se por outro lado, a sua opção for Estudar brasileiro, então, o importante é não aceitar dogmas preestabelecidos e admitir que a gramática precisa ser revisada em seus conceitos e que devemos construir nosso próprio conhecimento percebendo a diferença entre o que realmente acontece e aquilo que os outros gostariam que acontecessem . Saber que estudar brasileiro é dar lugar a língua “real” que falamos aqui no Brasil, enfim quando decidimos por este árduo caminho assumimos uma postura social e política diante dos outros, pois entendemos nosso papel como cidadão que contribui para o crescimento e o conhecimento de todos. Diante de toda essa proposta está embutido um grande equívoco da cultura ocidental que confunde gramática com a língua, que na verdade são coisas distintas Porque muitos acreditam até hoje que conhecer a nomenclatura gramatical é respectivamente conhecer e fazer um bom uso de nossa língua.

É preciso perceber que a concepção do uso da língua a que se propõe o autor é que a língua derrube de uma vez por todas a fortaleza da Gramática Tradicional de uma língua idealizada e guardada a sete chaves por muitos, que se auto denominam “guardiões” do “bem falar” que pretendem proteger a língua dos próprios falantes nativos. Neste ponto o autor compara a letra da música de Aldir Blanc e João Bosco, como a própria problemática enfrentada pelos estudos e pelo uso da língua.
O livro, na verdade, pretende propor sugestões práticas e reflexões teóricas baseadas nas investigações lingüísticas mais recentes destinadas principalmente aos professores de Ensino Médio. Porque o autor acredita que antes disso a criança deve apenas fazer atividades de leitura e produção de textos. Mas, somente depois desse período de exercitação da leitura e da escrita é que podemos pensar em levar nossos alunos á prática da reflexão lingüística. Lembrando, é claro, que o autor não fala do ensino tradicional da gramática normativa, pois todo falante nativo de uma língua tem o direito de se expressar em sua língua materna, oralmente ou por escrito.O livro quer servir de apoio a quem estiver disposto a estudar o brasileiro e levar o aluno, e a nós mesmos, a conhecer melhor esta língua que constitui parte essencial de nossa identidade como sujeito social.
Sabemos que durante muitos anos os estudos sobre língua e linguagem se direcionaram para a língua literária, que representa uma pequena parte do universo da língua para servir como modelo, e na forma como os “imortais” e os “clássicos” usam a língua. Deste modo, para saber a língua o seu objetivo é chegar o mais próximo destes clássicos e foi assim que os filólogos instituíram a gramática que significa “a arte de escrever” e que segue até hoje como a nomenclatura de Gramática Tradicional. Uma separação rígida entre a “língua escrita” e a “língua falada” e essa proposta dos gramáticos alexandrinos que se perpetua em equívocos por milênios e somente ao final do século XIX e início do século XX começa as ser questionada e revista. O interessante é que essa opção consciente pela língua dos clássicos feita pelos fundadores da gramática, começou a ser usada como código de leis como forma de medir todo e qualquer uso da língua e seus falantes nativos.
A partir das idéias apresentadas o autor demonstra casos específicos de teorias e conceitos encontrados na gramática normativa tradicional e que são postos a prova diante do uso e de suas impossibilidade para atender a outras explicações e outros casos que o conceito não atende, ou melhor, “os furos” da Gramática Tradicional:Como o conceito do artigo indefinido de sentido genérico e artigo indefinido com conceito de particularizar os seres , os pronomes possessivos e as pessoas do discurso em atribuição de posse. Aponta esses furos que não são expostos ou discutidos abertamente. E assim perceberemos as diversas incongruências, contradições e incoerências nas conceituações e definições da Gramática Tradicional e podemos concluir que a gramática tradicional não tem bases científicas consistentes. O que tenta mostrar neste argumento é que, na verdade, a gramática tradicional e seus preceitos são os resultados de um processo discriminatório bastante perverso que transforma dogmas em verdades definitivas seguidas como postulados incontestáveis. E se a gramática tradicional se constituiu numa doutrina, sendo, portanto essa tentativa não-científica de explicar fenômenos da língua sem ser científico se há uma ciência da linguagem que chamamos de Lingüística e que se incumbe de tal tarefa.
A publicação do livro Curso de Lingüística Geral de Ferdinand Saussure foi o marco da Lingüística Moderna e a partir dele o estudo das línguas humanas nunca mais foi o mesmo, causando uma verdadeira revolução no estudo da língua e inúmeras inovações que a partir de Saussure outros estudos sérios se seguiram e que passam a dar a verdadeira importância à língua falada, algo que anteriormente havia sido esquecida. Os estudos que levavam a velha divisão entre o “certo” e o “errado” deveriam ficar guardados na história para avançarmos mais um passo adiante de Saussure e dos estudos que o sucederam. Contudo, infelizmente a Gramática Tradicional ainda é muito forte e influente nos dias de hoje por seu tempo de uso conquistou título de nobreza em contra partida aos estudos contemporâneos sobre a língua que é muito recente. E a pior conseqüência desse elitismo é o caráter não científico e folclórico do “erro” e que a lingüística moderna nos ensina em seus estudos é que definitivamente não existe erro em língua, o que existe são formas diferentes das impostas pela tradição gramatical e mesmo o apelo exclusivo dos fiscais da língua e da gramática tradicional à língua escrita sobre os erros ortográficos na verdade são desvios da ortografia oficial.
Outro ponto levantado por Marcos Bagno se refere à falta na gramática tradicional de descrições que levem uma maior compreensão das regras, pois nunca conseguem ir além das frases específicas e exemplificadas que cabem perfeitamente na situação explicada. E que torna esdrúxula, pois ninguém fala em oração, frase e período e as conversas e o texto não aparecem do nada. A frase não é o todo. A gramática tradicional ao deter sua investigação na sintaxe, deixa de fora todo o universo de coisas importantíssimas como a semântica e pragmática. E nenhum gramático poderá fazer nada diante as necessidades de expressão dos falantes, ela obedece as regras intuitivas de sua gramática materna. O que os gramáticos esquecem é que a articulação sintaxe-semântica-pragmática é uma ferramenta indispensável para compreendermos os fenômenos da língua de modo mais completo e criterioso. Um ponto importante mencionado é o tratamento da idéia de Norma, que se apresenta um tanto confuso e ambíguo, pois cada teórico se relaciona com este termo de formas variadas e que não coincidem. O que demonstra no fim das contas que “norma“ não é científica e é baseada em preconceitos, principalmente quando unida a palavra “culta”. Mas, “norma culto para os lingüistas é o conjunto de usos lingüísticos dos falantes cultos de um país , de uma região ou de uma cidade, sem esquecer é claro de definir o que é falante culto: um indivíduo com grau de escolaridade superior completa, nascido e criado na zona urbana, e é a língua dessa minoria que é considerada a “norma culta”.E uma concepção mais criteriosa se refere a idéia de língua que existe, que pode ser coletada empiricamente e que não coincide necessariamente com os textos literários e que é chamado de norma culta, o autor prefere chamar de norma padrão, porque se trata de um modelo de língua.É por isso que existe essa distância enorme entre a norma culta e a língua “real”, empregada pelos falantes cultos.
A principal característica de uma língua é sua heterogeneidade, pois toda língua nunca é uma coisa compacta e uniforme. Depois da chegada da sociolingüística, não é possível mais aceitar certos pressupostos sem base científica, pois acentuou ainda mais esse despropósito não científico em que se baseavam as gramáticas tradicionais e seus conceitos sobre as relações sociais e a língua. E se compararmos as gramáticas tradicionais percebe-se a pouca quantidade de colaboradores que fazem análises segundo critérios científicos mais rigorosos e diante de uma nova perspectiva da ciência da língua contemporânea. Diante desse estudo pretende apresentar algumas diferenças entre a língua falada e utilizada hoje e a norma padrão como, por exemplo, citado a pronominalização que vem de uma tentativa de reproduzir, em português, o quadro dos pronomes pessoais que existiam no latim o que representa uma forma de uso muito antiga da língua. E esse pensamento antigo se estende em outras instancias como a idéia de saber a língua como dever cívico ou moral vem dessa elitização do saber como propunha os gregos e os “sábios”, o que se espelha enunciados atuais que dizem “o Brasil é um país de idioma sem gramática”, onde o absurdo reside no fato de que uma não existe sem a outra.
O livro propõe que todo professor de língua portuguesa do Brasil deveria ter o dever profissional de conhecer o projeto NURC que divide o estudo de língua no Brasil em antes e depois do projeto NURC.A sigla significa norma urbana culta, em um conceito empregado por lingüistas , como um projeto de documentação e pesquisa de estudos da língua oral em diversas capitais do país e que tem como objetivo político a luta para conseguir ensinar a língua materna de uma maneira mais democrática e menos preconceituosa e mais realista por conseqüência.Diferentemente da velha doutrina gramatical conservadora que se limita sempre em “Ensinar = Repetir para Reproduzir”, e que muita gente ainda se utiliza até hoje. O que o livro nos chama atenção é que em pleno século XXI a função da escola, além de transmitir alguns conhecimentos básicos, instrumentais, deve ser de ajudar o estudante a produzir seu próprio conhecimento. É ensinar a norma padrão como algo independente das aulas de gramática tradicionais, da idéia de decorar nomes, técnicas, conceitos que muitas vezes não condizem com a realidade ou com outros exemplos o importante é fazer um estudo crítico apontando as problemáticas que se estende a dicotomia língua padrão e língua falada no Brasil.
É necessário, segundo a proposta do livro, observar alguns aspectos detectados pela gramática tradicional como “erros”, fazendo então uma investigação e uma comprovação de fenômenos como a estratégias da relativização; da pronominalização do objeto direto de terceira pessoa; pronomes sujeito-objeto; pseudopassiva sintética; regências do verbo ir e chegar com sentido diretivo.O livro se limita apenas a esses cinco fatos sintáticos e propõe mais quatro sugestões para futuras pesquisas no campo da lingüística e lança esse pontapé inicial aos estudos e a pesquisas sérias sem ideologias preconcebidas, na verdade propõe o repensar do conhecimento estratificado da gramática tradicional, lançando–nos a conhecimentos mais profundo e menos superficiais como se empenham os guardiões da “norma padrão”. Como uma mola propulsora á descobertas que estremeçam as colunas gregas dos palácios modelos clássicos impostos como padrão até hoje.

Uma conversa filosófica sobre Estética...

Referência Bibliográfica
HEGEL,G. H. Tradução de Marco Aurélio Werle.Volume I.Editora da Universidade de São Paulo.
A definição de Estética refere-se à ciência do sentido, da sensação como questão filosófica e não apenas como um estudo do objeto e o belo ou a bela arte. Há uma significação voltada à idéia de “provocar”, “instigar” em alemão o “empfinden” como o agrado das sensações e a admiração e que se adequaria ao estudo da filosofia da bela arte e isto deixa de fora o belo natural, em primeiro plano, é claro. Porque o “belo” artístico está acima da natureza sendo o belo artístico aquele que nasce do espírito que é uma espécie de reflexo desse “belo natural” e está contido no próprio espírito. A grande dificuldade que a “bela arte” enfrenta em relação ao tratamento científico está em alguns pontos instáveis, primeiramente, a indeterminação do critério do julgamento da arte, fator esse resolvido em parte por Kant e sua “crítica do juízo” contribuindo para idéia do critério de julgamento artístico. Outro fator levantado para que a bela arte não seja encarada como ciência, seria a visão da arte como algo supérfluo sem uma finalidade prática. Em oposição a esse pensamento, podemos entender que as belas artes como ciência ocupa-se com o pensamento que abstrai da massa as particularidades e sua universalidade. Então, podemos dizer de fato que o impulso universal do fenômeno do belo e do gosto na natureza humana leva–nos ao ideal de que a bela arte é uma liberdade verdadeira que atende a outros fins comuns ao pensamento do homem e interesses mais profundo do espírito, expondo a liberdade do conhecimento pensante e isso a torna digna de um estudo científico sério.
A obra de arte coloca, além de sua essência e aparência, a força temporal e histórica intrínseca na arte, no qual o pensamento filosófico se configura. Contudo, ultrapassando o estágio de considerar a obra de arte sob uma concepção cristã ou a idéia de veneração e adoração da mesma, graças a uma atitude mais racional diante da arte. O que existe é uma reflexão que suscita no observador um pensamento que se sobrepuja a própria arte. Essa cultura (bildung) da reflexão própria da vida contemporânea nos une os sentimentos e pontos de vista universais que particularizam os pensamentos humanos. Diante desse pensamento contemporâneo da arte, onde já temos um juízo de valores, a autenticidade da arte se perde em favor da representação do juízo estético que fica embutido na arte. E a partir dessas relações percebemos a necessidade, em nosso tempo, de uma ciência da arte, pois ele se sublima a simples contemplação, ela nos convida a uma contemplação mediada por um pensamento de juízo estético.
Se postularmos que o espírito tem a capacidade de observar, de ter uma consciência, ou melhor, de ter uma consciência de pensar sobre si mesma, é possível considerar que é justamente esse “pensar sobre si” que constitui o a natureza essencial do espírito. E é neste sentido que a arte se aproxima dessa natureza do espírito. Quando aceitamos que a arte nos oferece uma reflexão filosófica é impossível separar o filosofar da ciência, já que a filosofia deve desenvolver e demonstrar um objeto e sua natureza interior pode classificar, então, a cientificidade desta consideração. Neste âmbito, a arte está próxima do espírito e de seu pensar do que a própria natureza exterior destituída de espírito. A arte não é em si o pensamento e o conceito, mas um desenvolvimento do próprio conceito em si. Uma espécie de estranhamento (entfremdung) na direção do sensível, a força do espírito pensante que reside não apenas na forma, mas em si, na sensibilidade e no sentimento que transforma esse estranho em pensamento reflexivo que se conceitua no universal que também mantêm suas particularidades, por isso somente a ciência torna legitima a arte, não divagando ao ideal que se limita à fantasia e a imaginação pura e simplesmente, pois as formas não derivam do acaso.
As espécies de tratamento científicas do Belo e da Arte lançam teorias que oferecem pontos de vista universais para o julgamento estético e para a própria produção artística. O empírico como o primeiro modo de tratamento sobre o Belo e a Arte, assim toda a obra de arte pertence a sua época e a seu povo com concepções particulares e fins históricos, assim é necessário um conhecimento histórico para comparar as obras e compreender que é na sua singularidade que deve ser reconhecida. Outro modo de tratamento dado as arte refere-se à reflexão da arte e seu próprio juízo que formam critérios de forma geral para o desenvolvimento das teorias das artes., como as determinações universais que eram abstraídas e que tinham de valer como preceitos e regras.
A filosofia da arte não se ocupa com regras e prescrições para os artistas, mas deseja descobrir e refletir sobre o que é o belo. A arte de imediato não tem valor, mas por trás dela há um significado que permite que sua forma exterior (aubenerscheinung) possua um espírito – “uma aura”, onde sua exterioridade aponta para aquilo que é a sua alma.A arte tem a necessidade de manifestar sua vitalidade interior , seu sentimento, sua alma, seu espírito e sua alma como substancia intrínseca , é isso que denominamos como significado da obra de arte, e a partir desta concepção entendemos o Belo como um elemento exterior que significa um conteúdo interior .Mas foi a partir de Platão que se estabelece um modo mais profundo que reconhecesse a arte como reflexão filosófica diante de seus objetos por sua universalidade e não por sua particularidade.Sendo o “bom”, como as boas ações , o verdadeiro em essência o conceito do próprio Belo em si mesmo.Na verdade , o conceito filosófico do Belo deve ir mais além, deve conter em si mesmo o mediador de dois extremos reunindo a universalidade metafísica e a particularidade real.
As concepções que foram determinadas sobre a obra de arte envolvem três dimensões importantes: A obra de arte é um produto das mãos humanas, ou seja ela é uma produção consciente de algo exterior , uma espécie de intuição de circunstâncias exteriores que são manifestadas.Partindo para outra concepção, sabemos que a obra de arte é feita essencialmente para o homem e se destinas a despertar seus sentidos, pelo fato de que o próprio espírito se dirige ao mundo exterior e interior.Por fim, a concepção em que a arte possui uma finalidade em si mesma; por isso a obra de arte está acima do produto natural porque fez uma passagem pelo reflexivo espiritual e assim a necessidade universal e absoluta da arte brota da necessidade imanente do ser humano ser uma consciência pensante de uma necessidade universal racional de expor o mundo interior e exterior , como se a partir disto reconhecesse a si mesmo e ao próprio objeto e o mundo exterior em sua representação fosse reconhecido sua existência.A consideração que a bela arte está destinada a suscitar o sentimento em geral torna–se vazio pois se dedica apenas as particularidades subjetivas, as Belas Artes deve suscitar apenas sentimentos que decorram do fato dela ser bela o sentimento do “agrado”, uma reflexão que deve encontrar um sentimento peculiar do belo e um sentido para ele.
Enfim, é possível perceber que as concepções variaram durante o decorrer da história e que a discussão envolvendo o Belo, as belas artes e o fator objetivo ou subjetivo que define uma obra de arte foi se estruturando, pois se para Platão existia o “belo em si”, uma essência ideal, objetiva que havia um modelo e critério de julgamento onde o “bom” é o belo e está no próprio objeto. A partir dos empiristas, como David Hume , o belo é reduzido ao gosto subjetivo e que não poderia ser discutido racionalmente, pois não está no objeto.Kant, tenta resolver esse impasse entre subjetividade e objetividade afirmando que o belo é “aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente” e a causa reside no sujeito, assim o belo é uma qualidade que atribuímos aos objetos para exprimir certos estados da nossa subjetividade.Hegel, introduz o conceito de história , a beleza muda e se refaz através dos tempos – o devir que reflete na arte uma visão de mundo e sua época, para ele o espírito está na obra de arte pelas mãos humanas .